Globo ensaia volta às origens com novelas de 60 capítulos
Projeto criado por Walcyr Carrasco inaugura o filão, visando TV aberta e streaming

Publicado em 09/06/2025 às 05:00,
atualizado em 09/06/2025 às 10:54
O projeto de mininovelas que a Globo prepara para tirar do papel tem como base uma volta às origens, seja em termos dramatúrgicos, seja no resgate de alguns talentos.
Como se sabe, a ideia é apostar em novelas de tiro curto, de no máximo 60 capítulos com duração de 30 minutos cada. Além disso, nada de exageros, ou seja, o enredo se desenvolverá a partir de um ou dois núcleos apenas, com poucos personagens.
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Nos bastidores, o comentário é que essas produções não beberão apenas na fonte dos doramas, febre no streaming e em redes sociais como o TikTok, mas também naquela dramaturgia praticada pela extinta TV Tupi e até pela Televisa décadas atrás.
Trocando em miúdos, saem as extravagâncias cênicas, as histórias com 70 personagens, locações no exterior e atores fazendo figuração de luxo, para se apostar no velho e bom arroz com feijão feito da forma adequada, algo que as novelas abandonaram nos últimos anos para ficar com cara e jeito de série.
Além de exibição no Globoplay, a ideia é que essas mininovelas, que é como a Globo vem chamando o formato informalmente, sejam exibidas antes das tramas das 18h, fazendo a ponte entre o fim de tarde e o prime time, algo que cabia à Malhação.
Elas em foco
A aposta nas mininovelas, ainda em caráter de teste, terá como alvo as donas de casa, ou mais especificamente as mulheres acima dos 35 anos, das classes B, C e D - público que tem torcido o nariz para o horário das 21h nos últimos anos.
Vidas Paralelas
André Luiz Frambach, Giullia Buscacio, Marcelo Serrado, Flávia Alessandra, Kelzy Ecard, Olivia Araujo e Danilo Maia estão no elenco de Vidas Paralelas, título que vai inaugurar esse formato na Globo. A autoria é de Walcyr Carrasco.
Bola cantada
Em 24 de março, esta coluna do NaTelinha revelou que o Melhor da Noite tinha prazo para "acontecer" na Band: dezembro. Mas que também poderia ser novembro, outubro... Otaviano Costa, porém, decidiu se antecipar. Ele fica no programa até o final deste mês. Será o começo do fim?
Complicado, hein?
Dias atrás, a respeito dos baixíssimos índices do Power Couple Brasil 7, que ora perde para o Ratinho, ora para A Praça é Nossa, Felipe Andreoli disse que se estivesse preocupado com audiência teria ficado na Globo. Nos bastidores, porém, o papo é outro.
É furada
A disposição de se investir em programação infantil na TV aberta é louvável por parte da direção do SBT, mas os números são soberanos. Com Patati Patatá, o Bom Dia & Cia promoveu um verdadeiro terremoto na audiência da emissora no PNT. Tem afiliada entrando em parafuso.
Ajustes
A direção da Globo está ciente da queda no número de televisores ligados a partir das 21h. Na última semana, como teste, o canal voltou a apresentar edições menores do Jornal Nacional e adiantou a entrada de Vale Tudo para 21h10.
Crime
O remake de Vale Tudo é um crime à luz do dia que carrega as digitais de Manuela Dias e Amauri Soares. Da obra icônica esculpida pelas mãos de Gilberto Braga (1945-2021), Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926-2004) sobrou apenas o título. Que pecado!
Finalmente, mas nem tanto
O retorno de nomes como Aguinaldo Silva, Lícia Manzo, Cristianne Fridman, Ana Maria Moretzsohn e Gloria Barreto à dramaturgia da Globo traz certo alívio, mas não pode parar por aí. Como explicar a recusa a projetos de Carlos Lombardi, Marcílio Moraes, Lauro César Muniz, Filipe Miguez, Emanuel Jacobina e Ricardo Hofstetter?