Publicado em 02/06/2025 às 07:58:00
Hoje aos 94 anos e curtindo merecida aposentadoria - o dramaturgo foi internado na semana ada em decorrência de um problema renal crônico, mas está se recuperando -, Benedito Ruy Barbosa é dono de um capítulo importantíssimo na história dos 60 anos da TV Globo.
Na última década, porém, o autor precisou lidar com a perda de prestígio junto à Direção de Teledramaturgia da casa, na época chefiada por Silvio de Abreu, sobre quem proferiu uma série de críticas - em entrevista a Maurício Stycer, no UOL, Benedito chegou a dizer que o colega não tinha competência para avaliar projetos de outros escritores.
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Antes de pendurar as chuteiras, Barbosa recebeu nada menos que quatro negativas da Globo ao apresentar as sinopses de duas novelas, de uma série e de uma minissérie. A despedida se deu justamente há 9 anos, quando emplacou, na companhia do neto, Bruno Luperi, e da filha, Edmara Barbosa, Velho Chico (2016) na faixa das 21h.
Em meio à crise que se instaurou no horário nobre - com exceção de Pantanal (2022), outra criação dele revisitada por Luperi, todas as tramas das nove do plim plim no pós-pandemia enfrentaram problemas e não chamaram a atenção do público -, o NaTelinha revela a seguir os projetos de Benedito Ruy Barbosa que foram engavetados pela Globo e que poderiam muito bem servir de base para novas produções do canal.
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Confira:
Em abril de 2012, Benedito Ruy Barbosa e Edmara Barbosa receberam a autorização do comando da Globo para levar adiante o projeto da minissérie sobre Castro Alves (1847-1871), o poeta dos escravos. No entanto, dos 30 capítulos desejados pela dupla, a minissérie foi reduzida a 12, o que incomodou o dramaturgo. Meses depois, porém, a produção foi definitivamente engavetada.
Entre Meu Pedacinho de Chão (2014) e Velho Chico (2016), Benedito Ruy Barbosa tentou emplacar uma novela inédita na faixa das 18h, até então marcada por remakes de seus trabalhos, como Cabocla (2004), Sinhá Moça (2006) e Paraíso (2009). O argumento, porém, deflagrou o rompimento entre o autor e seu superior direto, Silvio de Abreu, que vetou a proposta de E Se Ele Voltar? por ver referências ao nazismo - a trama abordaria a busca pelo DNA de Jesus Cristo no Santo Sudário.
Entre 2016 e 2018, Benedito Ruy Barbosa batalhou para ter a liberação do que seria a sua última novela da carreira, O Último Beijo. O autor desejava encaixar a narrativa na faixa das 19h. O enredo, ambientado em um sítio, abordaria o amor de um professor aposentado por uma moça mais jovem. A ideia era falar sobre política, corrupção e desigualdade social em uma produção contemporânea. O escritor chegou a entregar 16 capítulos do folhetim, mas a Globo deu o contra.
Em janeiro de 2019, a Globo voltou a liberar outro projeto de Benedito Ruy Barbosa. Dessa vez se tratava da série O Cerco, cujo argumento tinha sido entregue sete anos antes. O enredo se aria no sertão nordestino, na região onde Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, foi morto. Tal e qual as situações anteriores, a pré-produção da obra não foi adiante e a ideia, bastante ousada, acabou arquivada.
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