Guerreiros do Sol: Isadora Cruz revela momento sobrenatural antes das gravações no sertão: "Comecei a chorar"
Protagonista pediu licença aos espíritos do cangaço e ou a se sentir protegida durante as filmagens

Publicado em 04/06/2025 às 04:30,
atualizado em 04/06/2025 às 08:25
Guerreiros do Sol, novela Original Globoplay, estreia na plataforma de streaming da Globo e no Globoplay Novelas na próxima terça-feira (11), dois anos após as filmagens no nordeste brasileiro e no Rio de Janeiro.
Escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, e com direção artística de Rogério Gomes, a trama é inspirada na vida de Lampião e Maria Bonita, mas narra a história do sertão dos anos 20, 30 através do romance entre Rosa (Isadora Cruz) e Josué (Thomás Aquino).
"Não é a história de Lampião e Maria Bonita. Traz a história de outras personagens, e isso traz uma liberdade para a nossa história", disse Isadora Cruz durante a coletiva de imprensa virtual com a participação do NaTelinha.
Além do papel de protagonista, a atriz também é quem conta essa história. Na conversa com os jornalistas, ela elogiou o olhar dos autores para a escolha de uma mulher narrando fatos que se am no cangaço, um ambiente machista e violento.
+ Alinne Moraes vive romance com Alice Carvalho em Guerreiros do Sol; saiba os detalhes
"Colocar uma narradora para contar a história de um universo tão masculino e sangrento é buscar um lugar mais sensível para uma história tão brutal e animalesca. É sinal de que a indústria e o consumidor estão mudando. Uma história tão autêntica sendo contada por uma mulher, porque só no Brasil que teve o cangaço".
Isadora Cruz
Nascida em João Pessoa, na Paraíba, Isadora Cruz comemora a conquista dessa personagem e prevê que através da Rosa ela irá inspirar muitas mulheres a serem heroínas de suas próprias histórias.
"Pra mim que cresci com esse arquétipo da mulher nordestina, forte, que cuida da família, a Rosa foi um grande presente", opina. Questionada sobre os papéis que vem colecionando em sua carreira, a atriz aposta na sorte.
"A essa altura da minha carreira, eu ainda não descartei [recusei] uma personagem. Eu fico feliz em interpretar mulheres tão fortes, que definem paradigmas, quebram estereótipos e buscam sua independência".
Isadora Cruz
Isadora fala, ainda, sobre o protagonismo feminino em Guerreiros do Sol, outra grande sacada de George Moura e Sergio Goldenberg. "É bonito ter a possibilidade de ar uma nova mensagem pra essa nova geração", sinaliza.
"Em 1920, não havia sororidade entre as mulheres. Elas eram competitivas e rivais. A Maria Bonita não fazia certas atividades no bando porque se sentia superior. Na nossa história, isso é reescrito de uma forma que a a mensagem de sororidade pra quem assistir", dá spoiler.
Atriz fez uma prece no lugar onde Lampião e Maria Bonita foram mortos
Antes de as filmagens começarem, uma imersão foi feita pelo nordeste brasileiro. Um dos lugares visitados pelos autores, a direção, o elenco e a equipe técnica foi a Grota do Angico, local onde foram encontrados os corpos de Lampião e Maria Bonita, em 1938, a 200 kg de Aracaju, no Sergipe.
Segundo Isadora Cruz, foi a primeira vez que ela sentiu que o negócio era sério. "Que a gente estava mexendo com forças espirituais. A gente sentiu a presença real. Todo mundo sem falar, eu comecei a chorar, todo mundo arrepiado. A gente fez uma prece e pediu licença", recorda a atriz que segue a religião espírita.
A protagonista de Guerreiros do Sol lembra que até o guia turístico se emocionou: "Me abraçou e disse que ninguém havia feito uma prece para esses espíritos assassinados ali", conta.
+ Nathalia Dill volta às novelas com mocinha desastrada e "guerreira" contra o câncer
Depois da prece na Grota da Angica, Isadora sentiu que foi dada a permissão para eles trabalharem em paz. "A gente tinha que ter essa consciência de pedir licença, pra entrar, sair e terminar tudo bem", acredita.
"Eu sentia uma proteção imensa durante a série inteira. Eu acho que é por ter um propósito, reescrever essa história de uma forma tão poética, porque faz uma transição energética".
Isadora Cruz
Isadora Cruz conclui a conversa falando sobre a presença dessas mulheres do cangaço que, segundo ela, lhe acompanharam durante todo o processo.
"Na minha cabeça eu estava em contato direto com essas mulheres que eu estava representando, com a ancestralidade de todas essas mulheres que aram por isso me acompanhando", finalizou.