Erika Hilton se defende após críticas por conversa com Oruam: "Não foi convidado pra entrar em partido"
Deputada federal rebateu comentário negativos

Publicado em 09/06/2025 às 19:15
Na tarde desta segunda-feira (9), a deputada federal Erika Hilton (PSOL) se defendeu das críticas que recebeu por uma interação com o rapper Oruam. A parlamentar destacou que não convidou o artista para se filiar a nenhum partido político e que sua intenção era mostrar que ele podia conhecer pessoas próximas da realidade dele e que se organizam para protestar contra os abusos de autoridade.
A polêmica começou na noite de domingo (8), quando o trapper perguntou no microblog como poderia fazer para se mobilizar de uma forma que alcançasse uma parte maior da população e se tornar uma figura de representatividade contra o sistema. O assunto veio após a morte de um jovem em uma festa junina, quando agentes entraram em uma comunidade carioca atirando.
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"Oi Oruam! Muita gente já te indicou leituras importantes, mas a transformação vem, principalmente, da organização coletiva. Não existe saída individual pra problemas que são estruturais. Minha sugestão é que você se conecte com quem já constrói essa luta há anos, com coragem e compromisso nas favelas", sugeriu Erika Hilton.
Depois de indicar pessoas e entidades, a deputada federal explicou: "Tudo isso é organização popular. É fazer revolução com o pé no chão. Se quiser construir junto, tô por aqui. De verdade. Estamos juntos".
ErikakHilton
Erika Hilton foi detonada e se defendeu
Depois de interagir com Oruam nas redes sociais, Erika Hilton foi detonada. Isso porque internautas alegaram que conversas como essa só reforçam a ideia de que políticos de esquerda "defendem bandidos", citando o fato de o rapper ser filho de Marcinho VP, apontado como um dos líderes do Comando Vermelho. Também foram mencionadas algumas ocasiões em que o famoso foi acusado de homofobia, tema combatido pela psolista.
"Se os filhos fossem responsáveis pelos crimes dos pais, metade dos gays do Brasil estariam presos por homofobia. Não conversei com Oruam ontem por ser fã, por apoiar suas falas misóginas, seu pai ou seu tio. Conversei porque ele prestou apoio à família de uma vítima da PM. Porque foi protestar ao lado de uma comunidade que foi atacada a tiros por fazer uma festa junina. Porque ele queria saber como se organizar politicamente", escreveu ela.
A parlamentar seguiu: "Assim como falei que Poze do Rodo não deveria ser tratado daquela forma pela polícia. Não falei, em nenhum momento, que o pano pras suas falas transfóbicas e homofóbicas. Mas Oruam e Poze não estão sendo atacados pela extrema-direita por falas misóginas e LGBTFóbicas. Estão sendo atacados pelas letras de suas músicas em uma campanha que visa discriminar, desumanizar e assim justificar a violência contra o povo pobre, negro e das favelas".
"Inclusive, uma liderança dessa extrema-direita usou o caso Poze do Rodo pra falar abertamente em matar um trabalhador pelo simples fato dele ser favelado e fã do Poze. Mas, pelo jeito, essa campanha tem tido um certo sucesso inclusive em gente autodeclarada de 'esquerda'", reclamou Erika Hilton.
Ainda em texto publicado no X/Twitter, a deputada continuou: "São pessoas que surtam com a possibilidade de acharem que estão 'defendendo bandidos'. E, pra garantir que não serão descritas dessa forma, aceitam que em por cima dos direitos, das prerrogativas legais e das vidas de 50% da população desse país".
"Oruam não foi convidado pra entrar em partido, pra ir em reunião de conjuntura ou vestir determinada camisa. E pessoas com ligações a facções criminosas já estão na política, aliás, não pelas mãos da esquerda. Apenas falei que, se for do interesse dele, ele pode conhecer gente que está muito próxima da realidade dele, e faz cotidianamente, de forma organizada, o que ele fez ao protestar contra a violência da PM", pontuou.
Erika Hilton ainda destacou que investigações não cabem à ela: "E eu não sou a responsável por investigar as acusações contra Oruam e suas falas horrendas. Elas já foram alvo de Boletim de Ocorrência. Mas, como deputada, tenho uma responsabilidade com a promoção da dignidade humana para TODAS as pessoas desse país, afinal, é esse o objetivo existencial da nossa Constituição".
"Se Oruam — que, apesar de todos os pesares, tem uma legião de fãs e 11 milhões de ouvintes mensais — puder ajudar a promovê-la, falar dos direitos de populações marginalizadas, ótimo. Estou junto de qualquer pessoa que busque fazer melhor, fazer algo de positivo por quem é cotidianamente massacrado e assassinado pelo Estado", prometeu.
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