Brooke Shields 60: de sex symbol a voz contra os abusos de Hollywood
Atriz completa seis décadas de existência
Publicado em 31/05/2025 às 10:53,
atualizado em 31/05/2025 às 11:29
Brooke Shields completa 60 anos de idade neste sábado (31). A atriz começou nas telonas ainda criança. Logo aos 12 - tinha 11 nas filmagens - surgiu em Menina Bonita (1978), em que interpretava uma garota de programa num bordel. O longa-metragem gerou revolta e censura em vários países, e até hoje é citado como um exemplo de erotização de menores no cinema. Hoje, se tornou uma voz contra os abusos de Hollywood.
Seu maior sucesso, A Lagoa Azul (1980), também causou polêmica, já que apareceu em cenas sem roupa sendo ainda uma menor de idade. À época, não tinha dado sequer seu primeiro beijo na vida real.
Em paralelo, Shields protagonizou uma das campanhas publicitárias mais polêmicas da década, com a Calvin Klein. Aos 15 anos, surgia em um comercial dizendo: “Você sabe o que há entre mim e a minha Calvin? Nada.” A conotação sexual da frase foi suficiente para que o comercial fosse banido em diversas emissoras nos Estados Unidos, alimentando o debate sobre os limites éticos da publicidade com menores.
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Ao longo dos anos, Brooke tentou se afastar da imagem de “lolita” que a acompanhava desde a infância. Formada em Literatura pela Universidade de Princeton, buscou se reinventar como atriz e ou a atuar em papéis mais leves, especialmente na TV. Protagonizou a série Suddenly Susan, participou de musicais da Broadway e teve agens por comédias e dramas em diferentes plataformas.
A trajetória de Brooke Shields
A atriz também teve uma vida pessoal exposta. Após o nascimento da primeira filha, enfrentou uma severa depressão pós-parto, que relatou no livro Down Came the Rain (2005). O relato, corajoso para a época, quebrou tabus e gerou debate nos Estados Unidos.
Em 2023, Brooke lançou o documentário Pretty Baby: Brooke Shields, produzido pelo Hulu. Nele, revisita os traumas vividos durante a infância e juventude, expõe a relação controladora com a mãe e condena a maneira como Hollywood a tratou por anos, como um produto moldado para agradar a indústria e o público. O filme foi considerado uma espécie de reparação narrativa: pela primeira vez, Brooke contou a própria história.
Atualmente, a atriz vive em Nova Iorque com o marido, o roteirista Chris Henchy, e as duas filhas adolescentes. Atua como empresária, produtora e ativista, principalmente em pautas ligadas à saúde mental, feminismo e envelhecimento com dignidade. Aos 60 anos, continua sendo chamada para entrevistas e eventos, e sempre que pode, revive os abusos que sofreu pela indústria e alerta para que isso não aconteça com novas pessoas.
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